domingo, 29 de junho de 2008

Torta de frango com aipim

Adoro frango por uma série de razões, algumas óbvias, outras nem tanto: é gostoso, permite muitas variações no cardápio, é mais leve que carne vermelha etc. Odeio uma única coisa: desfiá-lo. É por este motivo que faço mais lasanha de carne, embora prefira aquela preparada com frango, e coma mais estrogonofe que o fricassê e suas variações.


Dia desses, joguei a preguiça fora e desfiei um bom pedaço de peito de frango. Numa panela de pressão, cozinhei um tantão de aipim até deixá-lo deliciosamente macio. Tirei aquele fiozinho insuportável do meio de cada um dos seus pedaços, fiz um purê e misturei os dois numa vasilha, onde também incluí meio copo de molho de tomate (tá bom, confesso, era da latinha), três ovos, cebola bem picadinha, sal e pimenta do reino.

A forma de abrir foi untada com bastante manteiga e uma porção de farinha de mandioca. Provavelmente a de trigo teria deixado o acabamento mais bonito, mas confesso que vi uma certa poesia em enfarinhar bolo de aipim com a mandioca - hehehe.

Coloquei a massa bem misturadinha na forma, cobri com uma gema de ovo batidinha e deixei até dourar e ficar bem firme. Ficou ótimo!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Bolo de queijo com doce de leite

Se você é um dos três leitores atentos deste blog, é possível que tenha se perguntado (hahaha) o que foi que eu fiz com o meio pote de iogurte que sobrou depois de fazer o nhoque ao pesto abaixo. Respondo: usei-o para preparar este fantástico, maravilhoso, insofismável bolo de queijo que deu muito certo.


Foi minha primeira vez. Enquanto o fazia, imaginei que o comeria sozinha, pois jamais esperava qualquer repercusssão doméstica sobre a receita. A verdade é que os meninos o devoraram com rapidez olímpica. Naturalmente que não os deixei sozinhos na tarefa.

O bolo foi preparado com dois ovos batidos, três generosas colheres de manteiga e uma tigela pequena de açúcar. Acrescentei a mesma porção de farinha e um pote e meio de iogurte batido com cerca de 100 gramas de queijo de minas. Coloquei ainda uma colher de sobremesa de fermento químico, despejei a mistura numa forma untada e enfarinhada e assei até o palito sair seco.

Nós comemos com doce de leite. Sou obrigada a confessar que apesar de delicioso, ele fez pouca diferença no resultado final. Espero que você não se sinta enganado, mas só o citei por aqui para aumentar o número de acessos.

domingo, 22 de junho de 2008

Nhoque al pesto diferente

Esta é provavelmente a receita mais fácil de todos os tempos. Espero que nenhum dos meus leitores fique ofendido, mas tenho a obrigação moral de alertar que mesmo a pessoa mais desprovida de todo e qualquer talento, habilidade ou prática culinária pode fazer sucesso, digo, muito sucesso com este prato.


Comece comprando dois pacotes de nhoque pronto (sim, por acaso você achou que eu ia te ensinar a fazer com batata? - deixa esta para outro dia). Cozinhe-os seguindo as instruções da embalagem e reserve. Pegue um maço pequeno de manjericão, separe e lave bem as folhinhas. Se você não planta para comer, use um bem fresquinho comprado no mercado mesmo. Coloque no processador com meio copo de iogurte natural, metade desta porção de azeite de oliva, um bom punhado de sal e pimenta do reino. Depois de tudo picadinho, jogue por cima do nhoque pronto (e bem quente) que ele aquecerá a mistura.

Isso mesmo, você entendeu: sem fogão, sem sujeira, sem bagunça, sem chance de errar. O iogurte temperado envolve cada um dos pedacinhos e dá um resultado mais leve e intessante que o al pesto tradicional.

sábado, 21 de junho de 2008

Inspiração boa demais!

Uma virose fenomenal me impediu de sequer pensar em comida, me afastando desses pagos por tanto tempo.

Estou voltando aos pouquinhos, buscando inspiração neste, que é uma obra-prima da home cooking meal. Editado em 1961, era distribuído às casadoiras alunas da Escola de Educação Familiar.


O livro pertenceu à minha mãe. Uma dedicatória carinhosa deseja um lar perfeito para a mocinha sonhadora. Se perfeito não foi (até porque nunca o são), ninguém pode negar que comemos muito bem durante todos aqueles anos.

A seção dedicada aos pães e massas é coisa de outro mundo: com simplicidade, encontramos todas as variantes de base para qualquer torta salgada passível de ser feita com farinha. Prometo dissecar este tópico em breve num novo post (pensamentos gulosos).

Claro que o tempo deixou mais marcas que o amarelo no papel. O perú de Natal é o melhor exemplo de receita que só não ficou perdida nas brumas porque é engraçadíssima. Começa assim: mate o Perú na véspera. Embebede-o antes.

Para mim, que imaginava muita moleza na escola de técnicas domésticas, a parca descrição acima me trouxe imagens de adoráveis garotas de vestidos rodados e cabelos impecáveis, enchendo cara do pobre bichano para torcer seu pescocinho depois... Tempo cruel, este em que vivemos. Ao mesmo tempo que nos poupa de matar o perú, nega a ele o último e derradeiro trago.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Panquecas com amor!

Sempre gostei de cozinhar, criar alguns pratinhos e fazer algumas experimentações culinárias. Era uma brincadeira eventual e feita com bastante cuidado para não afligir o sensível paladar dos homens que me cercam.

Depois de algumas semanas, este blog foi me empolgando e as minhas "criações" foram sendo desenvolvidas com cada vez mais freqüência, menos inibição e, pode-se dizer também, critério.

Muito embora às vezes dê certo, cometi algumas atrocidades culinárias nestes últimos dois meses. Preciso dizer que os meninos comeram tudo e não reclamaram nenhuma vez.
O Álcio, sempre preocupado com minha auto-estima culinarística, acostumou-se a elogiar sempre. Não importa o resultado.

É em homenagem a ele que no dia dos namorados a receita desse blog não tem raízes estranhas, ervas aromáticas, temperos importados, bichos diferentes e deve ser acompanhada por Coca-Cola. O prato é um dos seus preferidos: a boa e velha panqueca de carne.


Ela leva 2 xícaras de leite, duas xícaras de farinha, dois ovos, uma colher de fermento químico, sal e pimenta do reino. As panquecas são fritas bem fininhas na manteiga e recheadas com carne moída refogada com cebola, alho e um pouquinho de molho de tomate. A cobertura é do mesmo molho mais grosso, onde acrescentei milho e a carne que sobrou depois de rechear todas as massinhas. Por cima, vai um pouco de salsinha picada.

Te amo marido! Feliz dia dos namorados!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

É pavê ou pá cumê?

Ok, ok, a piada é mesmo infame, mas, cá entre nós, irrestível. Mesmo sabendo do reflexo negativo que isto tem na minha imagem pessoal (hahaha), eu sempre grito (É pavê ou pá cumê) toda vez que alguém serve esta sobremesa.


Fiz este pavê duas vezes. Na primeira delas, segui a risca a versão descrita aqui e o resultado, apesar de satisfatório, gerou-me uma pequena frustração. Explico: sou uma mulher de tortas. Cresci comendo todas as versões possíveis e o pavê, mesmo delicioso, ocupa um espaço de "doce menor" (quase dietético) no meu imaginário de glutona.

Na segunda tentativa, optei por transformar o pavê em torta de mentirinha e aproveitei para corrigir alguns ingredientes. O resultado, sem falsa modéstia, foi fenomenal!


A base, fiz no processador com 2/3 de um pacote de bolacha Maria, 80g de manteiga e duas doses de licor de cacau. No creme de chocolate, misturei as versões ao leite e meio amargo, rebelando-me com a receita original. Mantive-me fiel às demais instruções, com um detalhe apenas: fiz tudo numa forma de abrir.

Chamo atenção para o creme de leite condensado. Mexi com um fouet durante todo o cozimento. Ficou divino, o braço doeu depois, mas não me impediu de levantar a colher. Várias vezes.

sábado, 7 de junho de 2008

Carré com bacon e gengibre

Você já pode pedir desconto pelo longo período em que sentiu culpa a cada mordida numa carne de porco. Foram anos em que ela penou no banco dos réus, sendo injustamente acusada pelo infarto do seu tio-avô e de outros parentes gulosos.

Agora, que a carne de porco magra foi finalmente liberada pelas novas pesquisas médicas, eu me revoltei e decidi que iria também incluir o bacon no cardápio. É a minha maneira de me prevenir: eu darei boas risadas quando os futuros artigos na área de saúde indicarem que ele é a melhor arma contra o colesterol...

Para comemorar a decisão, fiz um cozido de carré com bacon. O gengibre entrou na festa para equilibrar o sabor.


Numa panela de ferro, fritei o bacon cortado em fatias finas até soltar a gordura, incluí várias lâminas de gengibre e deixei-o refogar. Em seguida, acrescentei a carne (que foi previamente temperada com sal e pimenta do reino) até ela dourar em ambos os lados, joguei pedaços de cebola cortados de última hora (estava achando a panela muito vazia, entende?), fritei mais um pouquinho e cobri tudo com água. Tapei a panela e coloquei-a no forno bem quente, onde ficou por uma duas horas.

A carne ficou macia e corada, com o gengibre delicadamente presente a cada mordida. Ah, fatiei depois de pronto.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Terapia de doce de leite

Doce de leite é melhor que prozac, melhor que terapia e melhor que massagem.

Ainda morninho, ele põe fim à toda e qualquer deprê, enche o nosso sangue de glicose, nos deixa prontos para qualquer desafio. Brigou com o namorado(a)? Coma doce de leite. Problemas no trabalho? Misture-o com bolacha Maria. Esqueça você também os quilinhos a mais com uma boa porção de doce leite.

Como os feitos em casa são muito mais gostosos, pegue uma lata de leite condensado e deixe ferver (sim, fechada mesmo) durante 40 minutos numa panela de pressão.

Parece mágica: quando você abrir, o leite condensado sumiu, dando lugar a uma maravilhosa porção de... doce de leite.


Acompanhe com mussarela de búfala (aposto que você estava pensando que era um ovo, né?)

domingo, 1 de junho de 2008

Virado de legumes

Sabe aquele velho papo da cozinheira na mesa de almoço: "hum, não ficou tão bom. Eca, não era bem isso que eu queria fazer"?. A conversa obriga os comensais a elogiarem e dizer (inclusive mentir) que seja lá o que foi servido ficou estupendo.

Bem, não sei quanto aos demais colegas cozinheiros, mas frequentemente termino a refeição com um pinguinho de frustração: faltou uma pitada de sal, um ingrediente fora de época, um cochilo em frente ao fogão. Às vezes, a perfeição parece ficar a alguns passos apenas...

Mas dia desses fiz um prato que comi sem pensar em nada disso. Estava exatamente como eu queria: rico, saboroso, fresco e colorido.


Misturei numa assadeira enorme, cenouras cortadas em fatias finíssimas ao comprido. Como minha habilidade é rasa, usei um descascador de legumes que resolve o problema com facilidade. Acrescentei cebolas em anéis, pimentão vermelho, beringela, tomates e vários dentes de alho inteiros - só tire a pele, por favor.

Cobri essa mistura com sal, azeite de oliva, (o suficiente para que todos os ingredientes fiquem fartamente cobertos), pimenta do reino e um porção de tomilho, sálvia, óregano e manjerona.

Sobre tudo, e agora começa a maldade, coloquei pedaços de bacon fatiados, cobri com papel alumínio e levei ao forno. Tirei o papel nos quinze minutos finais para deixar o forno trabalhar, deixando tudo douradinho.

Servi com salsichões (uma espécie de linguiça de porco) assados na grelha e muito vinho para acompanhar. O resultado é que mesmo na sala apartamento, dá para comer se sentindo no pátio, embaixo daquela árvore gigantesca, que faz sombra há quatro gerações... se você experimentar este prato e não se sentir assim, é porque precisa tomar um pouco mais de vinho.