terça-feira, 30 de setembro de 2008

Crumble de maçã

Logo que comecei a brincar por aqui, passei também a frequentar outros blogs de culinária. Um dos que primeiro me encantou foi o da Filipa. Sempre gentil e educada, ela é um talento na cozinha, com receitas criativas e sofisticadas.

Esta aqui foi a primeira que copiei, com algumas adaptações. Já faz um bom tempo e eu achei que não a publicaria, pois afinal ela contava com uma versão definitiva em outro blog. Recentemente, no entanto, comecei a me dar conta que também tenho leitores e talvez um ou dois deles não tenham visto este crumble de maçã.


Preparei-o descascando e cortando duas maçãs em fatias finas. Despejei-as numa assadeira e joguei algumas colheradas de geleia de uva por cima, espalhando bem. Cobri tudo com uma mistura preparada com 150g de farinha, 80g de manteiga e 100g de açúcar misturados grosseiramente com as mãos até "enfarofarem", se é que você me entende. Deixei no forno médio por 20 minutos e servi ainda quente.

A receita original ainda leva peras e chocolate e você pode conferir aqui.

domingo, 28 de setembro de 2008

Cenouras carameladas

Gosto de cenoura, mais pelas possibilidades que ela oferece no seu preparo, do que propriamente pelo sabor. Não me entendam mal, acho que é gostosa, mas, puxa, não é uma barra de chocolate ou uma picanha gorda. Ainda assim, ela fica uma delícia acompanhando um bife como aqui embaixo. E, cá entre nós, faz bonito também.


Prepará-la é ainda mais simples. Raspei a pele e cortei fatias finas e compridas com um destes descascadores de batata. Eu sou a prova viva de que quaisquer habilidades (ou falta delas) podem ser ignoradas com equipamentos adequados.

Fiz o mesmo com uma abobrinha e coloquei ambas numa panela wok com um pouquinho de azeite de oliva, sal e pimenta do reino. Deixei cozinhar, mas sem perder a crocância e coloquei duas colheres de sopa de mel e uma colher de chá de vinagre balsâmico. Deixei caramelar, servi e salpiquei sementes de gergelim.

Delícia.

sábado, 20 de setembro de 2008

Cebolas loucas

Este bolinho não foi preparado, ele simplesmente aconteceu em meio a uma série de equívocos na tentativa de preparar cebolas empanadas.


A receita não era uma novidade. Bastava cortar as cebolas em anéis largos, temperá-las com sal e pimenta e passá-las no ovo, na farinha de rosca e fritar. Bem, liguei o piloto automático, descasquei a cebola e, numa fração de segundo, percebi que já a tinha cortado em quadrados pequenos, como se fosse fazer um molho.

Minha primeira reação foi xingar, depois olhei para os lados e percebi que não tinha em quem pôr a culpa: encarei a tigela com os dois ovos ligeiramente batidos, a xícara de farinha já acomodada para receber os anéis e misturei tudo enquanto, já descabelada, gargalhava histericamente... (estou inspirada hoje)

Coloquei bastante óleo numa caçarola larga e funda, moldei os bolinhos e fritei em temperatura média. Agora, falando sério: o óleo vai para uma garrafa pet e, mais tarde, para um posto de reciclagem. Não o jogue na pia.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Uma tortilla diferente

Tá bom, tá bom, se quiseres reclamar até serei capaz de admitir que o pratinho abaixo está mais para omelete do que para a sua famosa versão espanhola, mas estou num dia de auto-condescendência e resolvi promover a minha comida. Seja gentil e deixe por isso mesmo...


Perfeito para uma jantinha leve, eu a fiz com uma beterraba cozida picada, folhas de salsinha e queijo mussarela* ralado grosso. Numa frigideira, coloquei uma colher de manteiga (podes fazer com azeite de oliva, mas a manteiga faz uma diferença...) e despejei os sólidos. Depois de uma rápida sacudidela, acrescentei dois ovos grandes batidos e deixei-os cobrir todos os ingredientes.

Este é momento de colocar mais um bocadinho de sal e pimenta do reino. Espere cozinhar por baixo e vire-a como uma panqueca. A manobra é muito difícil? Então faça à moda miguelão: vire cuidadosamente a omelete (ok, ok) num prato e devolva-a do lado certo na frigideira.

Deixe dourar e sirva com pão quentinho.


*por mais que eu me esforce, não consigo escrever "muçarela ou muzarela", como manda a nossa academia.

domingo, 14 de setembro de 2008

Risotto de frango com laranja

Já postei sobre a refeição mais boba do mundo só pela fotogenia. Completamente sem graça, me sinto compelida a explicar que o prato abaixo é mais bonito pessoalmente do que na foto. Bem, ele também é absolutamente delicioso.


Para prepará-lo, cortei um peito de frango em pedaços pequenos, salguei, temperei com pimenta do reino e deixei de molho por cerca de 30 minutos no suco de duas laranjas. Nesse meio tempo, com a habilidade que me é peculiar, piquei uma cebola em pedaços milimetricamente pequenos e uniformes (hahaha) e a fritei numa panela grande com uma colherada generosa de manteiga.

Em tempo: um bom risotto pede uma panela grande - não alta, mas larga de modo que a maior quantidade possível de arroz fique em contato com o calor. É bem verdade que eu posso deixar alguns gourmets de cabelo em pé, mas como não tenho uma panela para cada receita que pratico, depois de várias tentativas comecei a usar minha wok com excelentes resultados. Recomendo.

Assim que a cebola começou a perder a cor, juntei os pedaços de frango (sem o suco) até ficarem douradinhos e acrescentei uma xícara e meia de arroz arbóreo. Mais um parêntese neste momento: tem que ser arbóreo, não se aventure com outro tipo de arroz que não adianta mesmo.

Depois de fritar tudo por alguns segundos (mexendo sempre), acrescentei o suco de laranja e coloquei mais um tantinho de caldo de galinha (claro que usei o tabletinho). Este é o momento de colocar um cálice de vinho branco. Eu confesso que não botei. Não estava no clima de beber a sobra e não ia abrir uma garrafa só para isso, saca?

Agora vem a parte boa. É preciso ficar mexendo sem parar, acrescentando o caldo aos pouquinhos até que o arroz fique no ponto. No meio do caminho, coloquei cerca de 80 gramas de manteiga. Sim, eu sei que é muita manteiga, mas não discuta. Isto não é hora de pensar no seus quadris.

No último instante, acrescente duas colheres de nata (gorgonzola em pedaços também fica uma delícia). Sirva e finalize com uma misturinha tipo "ervas finas" e cebolinha picada.

domingo, 7 de setembro de 2008

Torta alla gianduia

Encontrei uma aliada no meu objetivo de me transformar numa rainha do lar. Ganhei dos guris (segundas intenções?) o livro How to be a domestic goddess, da Nigella Lawson. Receitas de bolos, pães, massas e sobremesas capazes de fazer o faquir mais disciplinado soluçar no cantinho da cozinha...

O capítulo Chocolate, naturalmente, foi o primeiro a ser lido e relido com voracidade. O Frederico sentou-se ao meu lado e escolheu a receita a ser preparada. Acertou em cheio: a torta é linda, molhadinha, quase uma mousse. É fácil de fazer, mas cobra o seu preço na maior relação caloria/grama da história da gastronomia. Ainda assim, vale cada garfadinha.


Não se assuste, mas você vai precisar de 400g ou 1 copo e meio de Nutella (aquele creme de chocolate com avelã que comíamos escondido de nossas mães), 1/2 copo de manteiga sem sal na temperatura ambiente, seis gemas grandes, 50g de chocolate meio amargo derretido e uma pitada de licor de chocolate. Bata tudo numa batedeira.

Numa outra tigela, bata seis claras em neve e misture gentilmente no creme de chocolate. Despeje a massa numa forma untada com manteiga na lateral e papel encerado no fundo e leve ao forno baixo por cerca de 40 minutos. Espere esfriar um pouco para desenformar.

Nesse meio tempo, duas xícaras de avelãs inteiras (comprei descascadas) precisam ser assadas no forno por alguns minutos, sempre abrindo e sacudindo a assadeira para não queimar. Depois, esfregue aos punhados na palma da mão para tirar a pele. O processo é chato e demorado e só não me levou à loucura porque a torta era uma encomenda do meu filho.

A cobertura é feita com cerca de 50g de chocolate meio amargo derretido, 1/2 copo de creme de leite e uma lambidinha, digamos assim, de licor de chocolate. Misture tudo e espalhe sobre o bolo. Com a mistura ainda quente, despeje as avelãs por cima.


Bom proveito!

sábado, 6 de setembro de 2008

Intercâmbio Culinário

Há pouco, entrei para o seleto grupo de participantes do Intercâmbio Culinário. A brincadeira funciona assim: uma portuguesa e uma brasileira formam uma dupla que trocam receitas típicas de seus países, preparam-nas e as divulgam em seus espaços.


Quando me disseram que a Manuela era gente finíssima, nem imaginava que ia encontrar uma nova amiga de infância - hehe. Empatia total, encontrei do outro lado do oceano uma mocinha (sim temos a mesma idade) com quem eu me senti absolutamente à vontade depois de trocar apenas alguns e-mails. Legal isso, não? E ela tem uma cozinha com azulejos azuis: lindo, lindo!

E eu ainda ganhei este banner:



Nossas receitas já estão escolhidas e serão publicdas em novembro.
Aguardem!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Mandioquinha de convalescença

Sumi destes pagos para socorrer meu marido, que resolver me dar um susto danado e fez uma cirurgia que nos deixou por dois dias no hospital. Tenho sangue italiano e sou chegada numa opereta. Adivinha se não fiquei três horas chorando em frente ao bloco cirúrgico?

Minha irmã, que tem o mesmo sangue e entende de ópera como eu, me encontrou no corredor do hospital. Ela carregava o Antônio com esforço (pesado com seus 12 meses recém feitinhos). Nos abraçamos e choramos juntas. Que outra mulher vai no hospital chorar pelo marido de alguém? Só se for tua irmã...

A minha, além de tudo, ainda é capaz de fazer a caneca com que servi esta sopa de mandioquinha, boa para qualquer convalescença.



Cozinhe três mandioquinhas grandes descascadas numa panela com caldo de legumes. Junto, coloque duas xícaras de brócolis bem limpo e picadinho e deixe-os até ficarem bem macios. Coloque duas ou três colheres bem generosas de manteiga, um pouco de sal e bata no liquidificador até ficar um creme espesso. Não é preciso peneirar.

Devolva o creme à panela e, somente então, acrescente um punhado de pimenta rosa. Se preferires, coloque somente em cima do prato depois de servir.
Delícia!