Fui aprendendo a me relacionar com as verdosas quando me vi responsável por um antúrio que está há três gerações na minha família. Pertenceu à minha vó, foi da minha mãe e hoje está solene na área de serviço da minha casa.
Quando criança, usei suas flores vermelhas para fazer sopa de bruxa num caldeirão estrategicamente colocado no pátio de casa. Agora aprendi o que ele gosta. Fizemos as pazes e, por tentativa e erro, descobri como ele deve ser adubado, aguado e qual a claridade ideal para mantê-lo feliz. Como resultado, ele continua ali, florescendo absolutamente protegido de outras bruxinhas.
Depois de entender porque é interessante se relacionar com plantas, fui gradualmente recebendo a companhia de várias outras folhagens aqui em casa. Recentemente, me aventurei numa proposta ainda mais ousada: resolvi plantar manjericão.

Para você entender: adoro molho ao pesto. Adoro molho ao sugo com manjericão, adoro esta erva com espaguete, nhoque, frango, assados e com pizza, é claro. Mas ela precisa estar fresquinha... e cá entre nós, ela dura tão pouco na geladeira.
Comer e cozinhar foi motivação suficiente para iniciar o cultivo da folha. Para começar é fácil: basta colocar uma muda num copo com água e esperar alguns dias até enraizar. Pronto, passe para um vaso com terra e espere ela crescer.
Embora o manjericão seja uma plantinha que é pura generosidade, levei um bocado de tempo até ter coragem de colher os seus primeiros galhos (ficamos amigas, entende?). Hoje, peço "com licença" e corto. Mas a verdade, é que sempre uso menos folhinhas do que eu deveria...mas pelo menos estão todas frescas.
Se você quer iniciar uma plantação também, sugiro enfaticamente que você não nomeie as suas plantas. Depois disso, fica difícil comê-las.