terça-feira, 29 de julho de 2008

Pudim de boa moça

Muito mais metida do que realmente habilidosa, encontrei na culinária uma brincadeira que me proporciona muito prazer e algumas possibilidades de enganar as pessoas. Com o tempo, se não descobri como cozinhar melhor, aprendi a escolher bem alguns ingredientes e a dar nomes estranhos aos pratos: esta é a alma do negócio. Ainda assim, minha falta de cultura gastronômica aparece com abundância naquilo que não sei fazer. Pudim de leite condensado era uma delas.

Se você mora em outro planeta, vou explicar. Sou mãe de família brasileira. O pudim é sobremesa domingueira por excelência, o doce mais tradicional, aquele cuja receita está incluída no dote da boa moça de família. Resolvi tentar fazê-lo pela primeira vez há mais ou menos uma semana. Liguei para a Ana, anotei a receita e fui para a cozinha. O resultado foi tão bom que - só para ter certeza - fiz mais duas vezes desde então.


No liquidificador, misturei uma lata de leite condensado, a mesma medida de leite e seis ovos (dá para fazer com menos, mas eu é que não vou arriscar!). Como não tenho forma própria, usei a de fazer bolo - aquela com com furo no meio.

Caramelizei a forma, despejando quatro ou cinco colheres de sopa de açúcar e colocando-a sobre a chama do fogão. Fui girando para o açúcar não queimar e derreter uniformemente, espalhando-o por toda a forma. Pronto. Deixei no forno quente em banho-maria coberto com papel alumínio por uma hora.


Para desenformar, é necessário que o pudim já esteja frio. Paradoxalmente, o caramelo precisa ser derretido na chama do fogão. Dê uma batidinha e pronto. Já pode casar!

sexta-feira, 25 de julho de 2008

As 10 mais pedidas!

A doce Edinha me convidou para participar de um jogo bacana que já virou mania entre blogueiras comilonas.

As regras são as seguintes:
Publicar 10 fotos das nossas receitas preferidas.
Colocar o nome e o link do blog da pessoa que nos indicou.
Passar a outras 5 pessoas e deixar a mensagem, comentando nos blogs de cada uma.



Obrigada Edinha, adorei participar.

Agora, quem vai pegar o bastão é:
A Alice;
A Val;
A Saltapocinhas;
A Mari; e
A Luciana.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Bolinho de batata doce

Agora é oficial, meu nome não é mais Ziza, meu nome é DI! Ontem fui chamada assim pelo Antônio que, no alto dos seus 11 meses, ficou feliz em ver a sua Dinda.

Não tenho nenhum irmão, então não poderia dizer como funciona com eles. Sei que entre irmãs, os filhos são um pouquinho de cada uma.

Eu e a Ana fizemos um pacto pré-adolescente: meu primeiro filho seria afilhado dela e vice-versa (se algum marido reclamou, ninguém estava prestando atenção). O meu bebê chegou bem antes e em breve completa seus 15 anos. Os dois são grudadinhos e o Frederico até hoje teima em chamar a sua dinda por diminutivos como Aninha ou 'tiazinha'...

O Antônio já me conquistou na sala de parto. Mesmo enxotada pela enfermeira, fiquei escondida do lado de fora, esperando na porta a sua chegada neste mundo. Muito pequeno, ainda não pude lhe preparar uma refeição. Seus pratos são papinhas, frutas e misturinhas sem sal. Mas assim que minha irmã e cunhado virarem de costas (haha), acho que vou oferecer um destes bolinhos que o Frederico adora.


Para prepará-los, cozinho duas batatas doces grandes com um pouco de sal e duas folhas de louro. Quando estiverem bem macias, descasco e amasso, fazendo um purê.
Acrescento dois ovos pequenos, meia xícara de farinha, queijo muçarela ralado grosso, salsinha, fermento químico e pimenta do reino. Regulo o sal.

Faço bolinhas dessa massa e as passo numa mistura de ovo batido. Em seguida, rolo as bolinhas molhadas num prato cheio de farinha de rosca. As bolinhas seguem, então, para frigideira com óleo não muito quente. E ficam ali até dourar.

Será que ele vai gostar?

terça-feira, 22 de julho de 2008

Pensando leve

Nham, nham, nham. Quem disse que prazer não pode vir em baixas calorias?

Eu gosto de usar opções como esta aqui para acompanhar delícias calóricas ou para os dias em que eu preciso pensar com mais leveza. Ninguém precisava da receita, mas vou descrevê-la mesmo assim porque é minha desculpa para publicar uma foto tão linda...

Esta saladinha é preparada com ricota fresca cortada em cubos, tomates cerejas em metades, muitas folhas de coentro e um molhinho que leva dois dedos de azeite de oliva, uma colher de sopa de vinagre balsâmico, sal e pimenta do reino. O segredo do molho é prepará-lo numa vasilha pequena e com tampa para poder sacudi-lo com muita vontade antes de agregá-lo ao restante dos ingredientes.


Não dá gosto de ver?

sábado, 19 de julho de 2008

Supremo de Bananas

Hoje acordei com vontade de ter um Supremo. Pensei com meus botões "que maravilhoso País é este, que permite a qualquer cidadão de boa vontade ter um desses só pra si". Achei que devia homenageá-lo - o País - com um Supremo de bananas. Claro, idéia fantástica, afinal nós temos bananas...

Abri meus velhotes livros atrás da receita rasgada. O nome do prato era outro, mas como eu queria mesmo um Supremo, roubei a idéia de um habeas culinarius e mudei o seu nome. O argumento é cristalino e irrefutável, acrescentei alguns dos mais utilizados ingredientes da tradição tupiniquim: o jeitinho e a cara-de-pau.


Você entende. O livro pedia que eu batesse quatro bananas amassadas, uma gema, três colheres de óleo, 1/2 xícara de açúcar e a mesma medida de iogurte. Como eu não tinha iogurte, dei um jeitinho (ahá) e misturei algumas colheres de nata com outras de leite. Ficou estranho, mas tudo bem, eu não ia servi-lo no banquete da Polícia Federal mesmo.

Já estava no meio do caminho, quando percebi que não tinha óleo. Para substitui-lo, coloquei mais um pouquinho de nata. A farinha, bem, aquela xícara de farinha deveria ter sido peneirada. Mas já que ninguém faz isso, porque eu deveria? Joguei tudo na tigela. Junto, foram as três claras que precisavam ser batidas em neve, mas não foram. Bem, quem iria descobrir, não é mesmo?

Depois de pronta a mistura, fiz uma farofinha doce misturando açúcar, margarina (bobagem usar manteiga) e farinha. Coloquei tudo em forminhas que não foram untadas. Usei aquelas de papel mesmo. Depois, quando comer, eu dou um jeito de desgrudar...

Ah, não pense que eu me descuidei com o acabamento. A farofa foi cuidadosamente despejada sobre cada um dos supremos. Os bananas, digo, as frutas, foram fatiadas e dispostas felizes sobre cada um dos quitutes. Finalmente, para manter a tradição e homenagear os veneráveis, foi preciso comer tudo sozinha.

sábado, 12 de julho de 2008

Tortinhas de espinafre

Observando as imagens dos blogs amigos, percebi que por mais que ache lindo, jamais sirvo as minhas receitas empratadas. Acho que em anos, muitos anos, fazendo almoços, jantares, cafés e mata-fomes, nunca servi uma refeição assim. Minto, servi uma vez para os meninos. Eles ficaram frustrados e encerraram o jantar com fome - hehe.

Pensando nisso, tentei arrumar delicadamente a tortinha abaixo: tomates cerejas, brotinhos e uma linda salada. O resultado, se queres saber, foi cafonérrimo. Olhei o prato e sequer tive chance de ficar deprimida com meu fracasso. Talvez por estar num dia de tolerância total com as minhas imperfeições, cheguei a conclusão de que o tão moderno serviço à inglesa não bateu à minha porta porque nunca tive fantasia de virar chef.

Meu prazer em cozinhar é o de uma velha matrona. Imaginário ligado ao carinho, ao cuidado, ao prazer e à fartura: nenhuma tendência voltada à criação artística, portanto.


Esta tortinha verde me desperta um pouco deste carinho todo. É uma versão de um dos pratos preferidos da minha infância: creme de espinafre com ovos. Eu o comia na casa da minha vó, fartando-me das gemas cozidas deixadas no centro da assadeira.

Para prepará-la, coloquei no liquidificador um maço de espinafre, um ovo, uma colher de fermento, duas de manteiga, meia xícara de leite e uma xícara de farinha, além de sal e cominho. Bati bastante e despejei o conteúdo nas minhas novíssimas forminhas de cupcake (oba!) untadas e enfarinhadas. Em algumas, larguei um ovo em cima.

A massa assou no forno moderado por cerca de 15 ou 20 minutos e pronto. Sei que esta receita tem potencial para virar uma bela entrada num serviço empratado. Eu resolvi não ir contra minha natureza e deixar por isto mesmo.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Purê sem casca

Há tempos venho pensando em preparar alguns pratos com mandioquinha, que aqui no Sul chamamos de mandioquinha paulista. Mas toda vez que a pegava no mercado, acabava esbarrando no preço, muito superior aos seus equivalentes batata e aipim. Acontece que minha irmã, mulher recentemente especializada na preparação das papinhas do Antônio, falou-me maravilhas do ingrediente e eu resolvi finalmente comprá-lo.


Sem saber exatamente o que preparar, coloquei-as na panela para cozinhar por cerca de meia hora com um bocadinho de sal. Findo o tempo calculado, descobri que a mandioquinha não só já estava cozida, mas o prato (um delicioso purê) já estava praticamente pronto. Bastou apenas tirar as cascas do meio do caminho - hehe.

Achei que era um sinal e acabei com o dilema da receita. A carne já estava no forno mesmo, um purezinho era tudo o que precisávamos de acompanhamento. De sabor leve e marcante, a mandioquinha não pediu nada além de sal e um esguicho de azeite de oliva. Absolutamente deliciosa por si mesma, ela não depende de manteiga, ovos, leite, batedeira, queijo ou qualquer outro acessório que usamos para dar um gostinho que seja ao purê de batatas tradicional.

O tubérculo arrasou e eu fiquei completamente rendida. A carne parou lá no canto do prato esperando sua vez de ser devorada, porque quem reinou na mesa foi mesmo o acompanhamento. Se fores fazer também, recomendo tirar a casca antes do preparo! Ah, por cima larguei umas folhas de hortelã.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Sobrecoxas, cogumelos e uma obsessão

Uma visita à feira ecológica rende várias inspirações saudáveis para o jantar. Eu adoro passear por lá, levo minha cesta de palha e vou arrumando cuidadosamente todos os produtos. As compras só terminam quando a sacola estiver com cara de produção de comercial.

No caminho, é claro que vou parando para ajeitar o ramo de hortelã, as pimentas e os cogumelos (são tão bonitos e estão escondidinhos no fundo!). O pão e a couve vão lá para baixo, dar sustentação aos vegetais mais fotogênicos, que, é claro, ficarão na parte superior. Não pensem que acho isso normal, sei que é um sintoma obsessivo-compulsivo, mas me causa tanto gosto ver a sacola linda que nem me importo. Abraço meu TOC e compro flores no final só para arrematar a decoração (da cesta, não da casa).


Este frango assado foi criado num desses passeios. As três cenouras pequeninas são doces e saborosas e foram cortadas em anéis. Os cogumelos (colhidos no dia anterior - garantiu-me o produtor), foram limpos com bastante água e deixados de molho por cerca de meia hora numa mistura com suco de um limão, sal e pimenta do reino.

O frango também foi temperado com um basiquinho de sal e pimenta, além de muito alecrim fresco. Coloquei numa assadeira, com um pouco de água no fundo e levei ao forno bem quente. Os cogumelos, mais delicados e de cozimento mais rápido, foram acrescidos à mistura nos 20 minutos finais. Junto, salpiquei um pouco daquele suquinho de limão do parágrafo anterior, lembra?

domingo, 6 de julho de 2008

Eva e o meu novo visual

Se eu fosse menino, ele se chamaria Walter, Walter Ego. Como sou menina e meu senso de humor é muito bobo, pensei em insistir na piada e chamá-la de de Eva, Eva Tar.

Não sou tão meiga, nem tão magra (pelo menos não depois de começar este blog), mas fiquei muito feliz em ser retratada com tanta graça.

O novo cabeçalho aqui em cima foi desenhado pelo meu talentosíssimo marido, com um briefing um tanto vago. Minha única exigência é que a ilustração tivesse um bolo. Meus leitores ainda não sabem, mas gosto de pensar que os bolos são minha marca registrada.

Com sensibilidade, o Álcio acertou em cheio no que eu queria e meu blog precisava. Eva é um doce. E as cortinas, hein? Lindinho demais.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O bife na chapa e os vegetarianos

Cheguei a conclusão de que o mundo se divide em dois tipos de pessoas: aquelas que cortam a carne no sentido da fibra e os demais, que defendem que a maneira correta de preparar a carne é cortando-a no sentido contrário à fibra. Bem, existem também os vegetarianos, mas eu os categorizo como uma seita muito curiosa e de difícil compreensão.

Para fazer um bife, sigo um ritual que começa afiando o facão - oba! Abro o pacote da carne (coxão de dentro, patinho, alcatra e até vazio) e começo a limpar as pequenas fibras e os grandes focos de gordura. Deixo uma gordurinha, porque, bem, deixo porque ninguém é de ferro, né?


Depois de dar uma bela alisada na carne, corto-a no sentido contrário ao das fibras. Esse procedimento garante maciez até à sola do boi velho. A carne é, então, temperada com sal e molho de alho.

Na chapa, coloco óleo de girassol até ficar bem quente e antes de deitar a carne, salpico uma colheirada de açúcar. Ele carameliza o bifinho levemente, deixando-o com o aspecto pornográfico que você vê na foto.

Para acertar o ponto do cozimento, fure a carne com um garfo, quanto mais mal-passada, mais sangue vai sair. Ahn, antes de tirá-la da plancha, dê uma esfregadinha para o queimadinho do fundo deixar o seu sabor.